A partir do dia 7 de junho, a Continente acompanha a documenta 14, um das exposições mais importantes de arte contemporânea do mundo. Através de uma parceria com o Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA), enviamos a nossa colaboradora Bárbara Buril, jornalista que ficará responsável por acompanhar a primeira semana do evento em Kassel, na Alemanha, de onde enviará à Continente Online uma cobertura exclusiva da mostra, que acontece de cinco em cinco anos.

O que parece ficar claro é que a documenta busca, através de sua 14ª edição, questionar um modus operandi atual que parece nos ter sido imposto. Logo na abertura da conferência, o curador “at large” (“a distância”) Bonaventure Soh Bejeng Ndikung nos trouxe a possibilidade de retomar a nossa humanidade desafiando uma agenda que parece tirar do sujeito a possibilidade do cuidado de si e do outro. Leia nosso primeiro texto de cobertura da documenta 14, por Bárbara Buril.

O artista Nikhail Chopra leva a Kassel sua "plataforma" de peregrinação desde Atenas até a cidade alemã: a instalação 'Drawing a line through the landscape', em cartaz na 'documenta 14', mais exatamente na Kulturbahnhof.

Obras e visitantes apontam a vocação da Alemanha e de Kassel neste momento da documenta 14, em que estrangeiros e imigrantes são parte importante da grande mostra. A Alemanha, de fato, abriu as suas portas para os imigrantes e esse ato de generosidade política e social, apesar de louvável, também guarda as suas ambiguidades e dificuldades práticas.

Nesta 14ª edição da 'documenta 14', a instalação monumental Parthenon de livros, da artista argentina Marta Minujín, tem conquistado a atenção e os olhares dos visitantes de Kassel, na Alemanha. Marca da 'documenta', as obras públicas são também destaque desta edição e algumas delas poderão ser vistas depois da realização do evento (que vai até setembro), o que já aconteceu em outras edições.

Escultor, pintor, escritor e curador Rasheed Araeen, que está entre os artistas da 'documenta 14', conversou com a Continente sobre seu trabalho. Araeen, que nasceu no Paquistão, em 1935, não só foi um dos nomes a integrar a primeira onda de artistas não europeus a viver na Europa (no seu caso, em Londres), mas ainda a figura principal na Inglaterra a militar, como editor, escritor e artista, pela inclusão dos artistas do “terceiro mundo” em um imaginário social eminentemente eurocêntrico.