Nós fazemos parte do futuro?
Em meio às transformações promovidas pela Inteligência Artificial e pela robótica nos campos do trabalho, da comunicação e da arte, indagamos que papel restará a nós, humanos
TEXTO E ILUSTRAÇÕES AUGUSTO TENÓRIO
05 de Novembro de 2020
Ilustração Augusto Tenório
[conteúdo na íntegra nas versões impressa e digital | ed. 239 | novembro de 2020]
contribua com o jornalismo de qualidade
Um século separa a frase “inteligência é invisível para quem não tem nenhuma”, de Arthur Schopenhauer (1788-1860), do surgimento do conceito de Inteligência Artificial, em 1955. Você pode usar um smartphone ou computador para acessar esta reportagem, por exemplo. E, apesar desses aparelhos possuírem algum nível de IA, ela está longe de ser compreendida como parte do mundo físico. Na nossa sociedade, sistemas como o Maps, do Google, já influenciam nossas rotas diárias e outros, como o Nubank, decidem automaticamente, através de algoritmos, serviços que definem o valor do nosso crédito. Anunciados com deslumbramento pelos seus desenvolvedores e introduzidos nas nossas vidas sem plena aceitação, os avanços da IA e da robótica possuem muitos campos a serem explorados e explicados, portando-se como uma Caixa de Pandora que, a depender da forma como for aberta, pode libertar maravilhas ou horrores.
Ao mesmo tempo em que oferecem conhecimento, melhoram e barateiam serviços e criam atalhos, essas tecnologias também abrem espaço para danos sociais como desemprego, marginalização de classes sociais desfavorecidas, manutenção de privilégios e outros mecanismos que fomentam a desigualdade.
Em 2020, seus impactos podem ser sentidos em toda organização social, da administração pública ao campo das artes. Na economia mundial, estima-se que o valor de ativos financeiros administrados por robôs chegou a US$ 980,5 bilhões em 2019, de acordo com o Statista. No campo do trabalho, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) lançou um estudo sobre como a automação ameaça empregos.
Publicidade