Curtas

Coquetel Molotov

Batalha da Escadaria, de rap, vai ao festival em outubro, no Recife

texto sofia lucchesi

02 de Outubro de 2017

Todas as noites de sexta-feira, MCs duelam no Centro do Recife. Disputa no festival é inédita

Todas as noites de sexta-feira, MCs duelam no Centro do Recife. Disputa no festival é inédita

Foto Ramon Ribeiro/Divulgação

[conteúdo na íntegra (degustação) | ed. 202 | outubro 2017]

Quarenta e cinco segundos pra cada um, a emoção que bate nunca foi nada comum (…) Na Rua do Hospício, a loucura é fazer rima, a alma da calçada, o vício da esquina. No vaivém da Conde da Boa Vista, se junta grafiteiro, pichador e esqueitista.
(Mixtape Batalha da Escadaria, vol. 1)

Há oito anos, em toda primeira sexta-feira do mês, a Batalha da Escadaria ocupa a Conde da Boa Vista, na esquina com a Rua do Hospício, com muito estilo, suingue e malandragem. A batalha da rima improvisada surgiu a partir da vontade do DJ e produtor cultural Luiz Carlos Ferrer, conhecido como Du ou Durap, de incentivar e divulgar a cena do hip-hop e do rap no Recife, que já contava com grupos importantes como Sistema S, Faces do Subúrbio e Inquilinos, reconhecidos nacionalmente. Em quase 10 anos de atuação, a batalha tem levado Pernambuco para competições em outros estados, como a nacional Duelo de MCs, em Belo Horizonte.

“Quando criamos a Batalha da Escadaria, a gente quis chamar a atenção da cidade, ocupar. Chegar a uma esquina e ocupar. Muitos rappers de outros estados aparecem lá na batalha, quando estão na cidade”, conta Du, em entrevista à Continente, à época conhecido na cena por integrar o grupo Inquilinos, extinto em 2010. “Atualmente, a Batalha da Escadaria é a mais antiga de MCs em atividade no Brasil. Digo isso porque são oito anos de atividade ininterrupta, enquanto batalhas mais antigas pararam por alguns anos e voltaram. Desde que foi fundada, ela nunca parou, estamos em vários lugares. Participamos de shows de Criolo, Devotos, Mundo Livre S/A, Faces do Subúrbio e de vários festivais da cidade. Hoje, somos um símbolo no Brasil, inspirando outras batalhas. Estamos não só na rua, mas em vários lugares.”

Entre as iniciativas encabeçadas pela competição recifense, está um mixtape, lançado em 2015 e disponível na internet, que reúne oito faixas com rimas de MCs Rodrix, Tai, Long, Rimocrata, Doug e outros, sendo o primeiro disco que leva o nome de uma batalha de rap. Este ano, a disputa subirá pela primeira vez as escadas do festival No Ar Coquetel Molotov. Os MCs Reis, Pitchula, Street, Ed Black, HB, Yego, Acuca e Glauber duelarão suas rimas no espaço Som na Rural, acompanhados por DJs e pelos mestres de cerimônia Du e Tai MC. “Pernambuco está vivendo um momento muito especial no movimento hip-hop e queremos mostrar um pouco disso para o público do Coquetel”, afirma Ana Garcia, produtora do festival, que acontece no dia 21 de outubro.

SOFIA LUCCHESI, estagiária da Continente, estudante de Jornalismo da Unicap e fotógrafa.

Publicidade

veja também

A mágica de iludir e encantar

Gráfica Lenta no Vale do Catimbau

Adeus a Riva